DESCRIÇÃO DO PARQUE
A altitude do Parque varia somente entre os 47,8 m e os 98 m e o seu relevo é em grande parte artificial, uma vez que os antigos lavradores armaram o terreno em socalcos. Do ponto de vista climatológico, o Parque Biológico situa-se numa região de clima geral marítimo-atlântico, caracterizado por um Verão fresco e um Inverno agradável, e uma precipitação superior a 1000 mm. As brumas são frequentes, mesmo no Verão, e ar é bastante húmido todo o ano.
O Parque está contudo situado numa zona microclimática parcialmente protegida dos ventos atlânticos pela sua baixa altitude e pela presença de uma pequena montanha (Monte da Virgem, 233 m); os sinais de clima continental fazem já notar-se, através de temperaturas mais extremas do que no resto da região.
Assim sendo, o Parque desempenha uma das mais importantes funções das zonas verdes, o contacto com a natureza fonte de equilíbrio psicológico.
Esta função é potenciada pela aparente desorganização espacial do Parque, resultante da recusa do modelo de jardim ou parque formal.
De facto no Parque Biológico procura-se preservar a paisagem típica da região, ao tempo em que ela era essencialmente um grande espaço agrícola.
Os elementos dessa paisagem ? as bouças, os campos de cultivo, os caminhos vicinais, as casas rurais, os moinhos, o ribeiro, os muros, as noras, os açudes, a fauna selvagem e a flora espontânea, o homem e a sua cultura ? estão representados no Parque Biológico e são preservados e explicados ao visitante que ali revê o moinho da sua infância ou a poça de água do ribeiro onde aprendeu a nadar.
Da compreensão dessa paisagem e da comparação com a envolvente próxima, rur-urbana e urbana, resulta uma maior sensibilização para os problemas do ambiente.
No Parque Biológico, mais importante do que aprender o nome das árvores ou das aves, é perceber o contraste, largar a estrada e entrar nos caminhos, deixar para trás o barulho dos carros e ouvir os pássaros e o marulhar do rio Febros e, após uma hora ou hora e meia de mergulho no mundo que estamos a perder, regressar de chofre à confusão de uma movimentada cidade.
Assim se abrem os olhos e os espíritos para a necessidade de planear o território, de manter amplos espaços verdes nas cidades, de proteger os rios, a fauna, a flora, a construção tradicional, todo um conjunto de valores referenciais da nossa civilização.
A educação ambiental é um processo de cativação e envolvimento do cidadão na resolução dos problemas ambientais que afligem a Humanidade; uma boa maneira de começar esse processo é pela demonstração das contradições da grande cidade, e do que isso significa para cada um de nós em termos de qualidade de vida.